Uma nova "buzzword" está no ar: ambiente tóxico!
Tenho ouvido e visto com frequência cada vez maior essa expressão nas organizações, publicações, palestras e webinars. As pessoas usam essa expressão para se referirem aos ambientes conflituosos, com problemas na comunicação e conversas negativas, com cobrança exagerada por objetivos e metas inalcançáveis e também para se referirem a atuação de líderes que contribuem para esse ambiente ir de mal a pior.
Já existem inúmeros livros que abordam esse assunto, tipologias de liderança tóxica e dicas de sinais para identificar ambientes e líderes tóxicos. (Já existe até o termo Toxic Leader na wikipedia!).
Um resumo de indicadores de ambiente e liderança tóxica é:
Comunicação ruim ou inexistente.
Mal humor e pessimismo generalizado.
Existência de fofoca e panelinhas.
Chefe irritado e autoritário.
Objetivos e metas absurdos, com cobrança exagerada sobre eles.
Pensamento, opiniões e comportamentos divergentes são imediatamente "punidos".
É exatamente neste último tópico que eu gostaria de me deter neste breve artigo.
A tendência do conhecimento já compartilhado pelos membros da equipe se sobrepor fortemente e influenciar nas discussões e decisões futuras, chamado de Efeito do Senso Comum ("Common Knowledge Effect").
Esse efeito já foi amplamente mapeado e estudado academicamente. Inclusive, o termo está previsto no dicionário da APA - American Psychological Association (clique aqui para ver), mas praticamente não vejo ninguém falando sobre isso.
Esse termo foi recuperado em minha mente (nos confins de uma disciplina que cursei no Doutorado em Administração, onde eu estudava Inovação em Serviços) em uma conversa que estava tendo sobre liderança com soft skills e mindset para inovação e transformação.
O interessante é que na conversa identificamos diversas situações organizacionais que evidenciam esse efeito. Identificamos até grupos de whatsapp onde esse efeito ocorre - em que uma pessoa apresenta um pensamento, opiniões e comportamentos divergentes e é imediatamente criticado e eventualmente até punido com a exclusão do grupo (você frequenta algum grupo assim?!!...hehehe).
Esse Efeito é sempre tóxico, mas o pior é que ele tem 2 formas de se manifestar:
como um sintoma explícito de toxidade no ambiente e na liderança. Ou seja, essa cultura e comportamento são percebidos pelos membros da equipe e geram uma crescente insatisfação, desmotivação e queda de performance.
como um sintoma não-manifesto. Nesse sentido, o Efeito atua como um câncer. A equipe vive em uma bolha. Concordam entre si, reforçam um ao outro e criticam pensamentos, opiniões e comportamentos divergentes. Esse comportamento se expande silenciosamente, criando verdades e realidades (criando um senso comum) que impede a inovação. Quando, eventualmente, o sintoma é percebido, aí já é tarde demais para buscar uma superação.
Para se livrar do Efeito do Senso Comum é necessário um Líder. Na verdade, uma Liderança com Soft Skills - um Líder com habilidades de relacionamento interpessoal, de conexão com as pessoas. Nesse sentido, duas ações práticas podem ser desenvolvidas:
1o) promover um ambiente propício a inovação, isto é, um certo conforto em admitir erros. Que levará ao aprendizado a partir dos erros e acertos que, consequentemente, levará a equipe a pensar fora da caixa.
2o) exercitar o Pensamento Crítico, isto é, questionar, avaliar e, até mesmo, duvidar de afirmações e "realidades".
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Helloo nice post